Vice-diretora da UEMG/Ubá defende universidade pública e pede apoio da Câmara contra projetos que ameaçam autonomia da instituição

Durante a reunião ordinária da Câmara Municipal de Ubá, realizada na noite da última segunda-feira, 23 de junho, a Tribuna Livre foi ocupada pela vice-diretora da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) – Unidade Ubá, senhora Kelly da Silva, que também é diretora eleita e assumirá oficialmente o cargo no próximo mês.
Em sua fala, Kelly manifestou profunda preocupação com os projetos de lei nº 3.733/2025 e nº 3.738/2025, atualmente em tramitação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que propõem, respectivamente, a transferência de bens públicos mineiros à União como forma de abatimento da dívida estadual e a possível transferência da gestão da UEMG ao Governo Federal.
“Embora apresentada sob a justificativa de uma suposta federalização, as propostas foram construídas sem qualquer diálogo com a comunidade acadêmica e desconsideram as complexidades legais, financeiras e institucionais envolvidas”, afirmou Kelly.
Ela explicou que, caso o Governo Federal não aceite a federalização da UEMG, os projetos preveem a privatização da universidade, com possibilidade de venda da instituição com desconto de até 45%, o que, segundo ela, ameaça diretamente a existência da UEMG enquanto universidade pública estadual.
Kelly destacou ainda o papel fundamental da UEMG no desenvolvimento de Minas Gerais, lembrando que a instituição é a terceira maior universidade pública do Estado, com 22 unidades regionais, mais de 21 mil estudantes, 1.700 docentes e mais de 140 cursos de graduação.
Em relação à unidade de Ubá, a vice-diretora ressaltou que a universidade possui cerca de 350 estudantes, 48 professores, além de técnicos administrativos e colaboradores da Prefeitura e da MGS. O investimento anual da unidade ultrapassa R$ 1,5 milhão em bolsas de projetos, sem contar os salários dos profissionais.
“Já são mais de 500 profissionais formados desde a criação da unidade em 2006, muitos deles hoje mestres e doutores, frutos da universidade pública e gratuita”, destacou.
Kelly alertou que os projetos de lei ameaçam não apenas o funcionamento da UEMG, mas também o papel social que a instituição desempenha na inclusão, na cidadania, no desenvolvimento regional e na democratização do ensino superior em Minas Gerais, incluindo Ubá.
Ao final de sua fala, a educadora solicitou o apoio dos vereadores à causa e informou que, no dia 1º de julho, será realizada uma assembleia estadual com a participação de todas as unidades da UEMG, onde serão levadas as manifestações de apoio de Câmaras Municipais de todo o estado.
“Contamos com a assinatura e o apoio dos senhores vereadores para a manutenção da UEMG em Ubá e em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. Muito obrigada”, concluiu.
A manifestação de Kelly foi aplaudida pelo público presente, reforçando a relevância do debate sobre o futuro da educação pública superior em Minas Gerais.
Veja na íntegra a fala da senhora Kelly da Silva: