Nutrição e fibromialgia: Dra. Isabela Almeida destaca o papel da alimentação na redução da dor crônica durante audiência pública na Câmara de Ubá

Durante a audiência pública realizada na Câmara Municipal de Ubá na noite desta terça-feira (21), voltada ao debate sobre fibromialgia e dor crônica, a nutricionista Dra. Isabela Almeida emocionou e esclareceu o público com uma fala firme e acolhedora sobre a importância da nutrição no tratamento de pacientes fibromiálgicos. A iniciativa foi da vereadora Aline Melo e promovida pela Comissão de Pessoas com Deficiência, da qual a parlamentar faz parte.
“Ter dor crônica é um grande desafio. Esses pacientes já chegam aos nossos consultórios exaustos, sem dormir, sofrendo com dores e, muitas vezes, com a esperança de que a nutrição seja sua última tentativa de melhora. E é exatamente por isso que nosso acolhimento precisa ser ainda maior”, afirmou Isabela logo no início de sua fala.
Ela ressaltou que o tratamento nutricional deve ser realizado com empatia, mas sem negligenciar a seriedade da abordagem. “Não dá para fingir que a alimentação não interfere. A alimentação é determinante para reduzir inflamações e restaurar a energia do corpo. E o ponto de partida fundamental é o intestino.”
A nutricionista explicou que a saúde intestinal está diretamente ligada à dor crônica e à produção de neurotransmissores. “Existe uma conexão direta entre intestino e cérebro. Se o intestino está inflamado ou desregulado, os sintomas de dor, fadiga e até depressão se intensificam.”
Segundo Isabela, a alimentação moderna tem contribuído para o agravamento dos quadros inflamatórios. “As pessoas deixaram de comer comida de verdade. O carrinho do supermercado hoje está cheio de pacotinhos e produtos ultraprocessados. A gente precisa voltar ao básico: frutas, legumes, verduras, carnes, ovos, água. Isso é o que nutre nosso corpo e nossas bactérias intestinais boas.”
A especialista também abordou o tema da fadiga crônica, comum em pacientes com fibromialgia, associando-a a uma disfunção nas mitocôndrias — estruturas celulares responsáveis pela produção de energia. “Como alguém vai fazer atividade física se não tem energia nem para levantar da cama? E essa falta de energia vem da inflamação, da desnutrição e da saúde intestinal comprometida.”
Com uma linguagem direta e acessível, Isabela chamou a atenção para a importância de incluir bons hábitos alimentares no dia a dia. “As pessoas não tomam água, não comem frutas, não colocam vegetais coloridos nos pratos. O básico, que deveria ser normal, virou exceção. Isso precisa mudar, e precisa começar devagar, com pequenos passos, respeitando o tempo de cada um.”
Ela também destacou que não existe uma “dieta para fibromialgia”, mas sim pilares fundamentais que devem nortear a alimentação de quem convive com a dor crônica: comida de verdade, hidratação, saúde intestinal e cuidado contínuo. “Não se trata de cortar tudo, nem de criar dietas mirabolantes. Trata-se de nutrir o corpo para que ele consiga reagir, recuperar a energia, dormir melhor e, aos poucos, controlar a dor.”
A fala da nutricionista complementou de forma brilhante as abordagens médicas e fisioterapêuticas apresentadas na audiência, reforçando a importância de um tratamento multidisciplinar para a fibromialgia.
A vereadora Aline Melo, ao final do evento, agradeceu a todos os profissionais participantes e reafirmou seu compromisso com a causa: “Essa audiência é o começo de um diálogo que precisa se estender. Precisamos garantir informação, acolhimento e políticas públicas para quem sofre com dores invisíveis, mas reais.”
A noite foi marcada por emoção, empatia e, principalmente, informação de qualidade, transformando a dor em pauta pública e dando visibilidade às necessidades de quem convive diariamente com a fibromialgia.
Confira na íntegra a participação da Dra. Isabela Almeida:
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