Após ministério pedir suspensão, Campinas segue governo de São Paulo e mantém vacinação de adolescentes sem comorbidades
Pasta federal emitiu nota técnica na qual volta atrás e passa a só recomendar a imunização contra Covid para este público no caso de pessoas com doenças permanentes. Governo estadual diz que não fará alterações no planejamento. Adolescente recebe primeira dose da vacina contra Covid-19 em Campinas Carlos Bassan/Prefeitura de Campinas A Prefeitura de Campinas (SP) informou, na manhã desta quinta-feira (16), que vai seguir a orientação do governo estadual e decidiu manter a vacinação contra Covid-19 de adolescentes de 12 a 17 anos. A medida contraria a nota técnica do Ministério da Saúde, na qual a pasta voltou atrás e passou a recomendar que a imunização para esta faixa etária seja feita apenas ao grupo que possui comorbidades e doenças permanentes, além dos que estão privados de liberdade. A medida do governo federal fez com que as cidades de Natal e Salvador, por exemplo, suspendessem a aplicação neste público. Em Campinas, o agendamento para vacinação de adolescentes está suspenso, mas reabrirá assim que o município receber mais doses. Em nota, o governo de São Paulo afirmou que não fará alterações no cronograma do Programa Estadual de Imunização. "Coibir a vacinação integral dos jovens de 12 a 17 anos é menosprezar o impacto da pandemia na vida deste público. Três a cada dez adolescentes que morreram com COVID-19 não tinham comorbidades em São Paulo. Este grupo responde ainda por 6,5% dos casos e, assim como os adultos, está em fase de retomada do cotidiano, com retorno às aulas e atividades socioculturais"", diz o texto. O Executivo estadual também lamentou a alteração e a considerou equivocada. "A vacinação nessa faixa etária já é realizada nos EUA, Chile, Canadá, Israel, França, Itália, dentre outras nações. A medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles., diz o texto da nota. Ministério x OMS O Ministério da Saúde chegou a ressaltar que os adolescentes sem comorbidades formariam o "último subgrupo elegível para vacinação e somente vigoraria a partir do dia 15 de setembro", mas, em uma das suas justificativas para deixar de prever o público amplo, a nota argumenta que a "Organização Mundial de Saúde não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades". Entretanto, a afirmação não corresponde ao posicionamento da entidade. A OMS afirma que "crianças e adolescentes são menos propensos a ter complicações por causa da doença", mas na sequência não traz indicação contrária: diz apenas que a vacinação ampla deste público é "menos urgente" do que vacinar outros grupos, como pessoas mais velhas, com comorbidades e trabalhadores da saúde. A pasta também afirmou que "maioria dos adolescentes sem comorbidades" não sofre de casos graves da doença. No entanto, o próprio Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que participa das decisões sobre os rumos do Plano Nacional de Imunizações, divulgou nota na quarta afirmando que a "vacinação de todos os adolescentes é segura e será necessária". No Brasil, o imunizante da Pfizer já tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicado nesta faixa etária; e, pelo mundo, outras vacinas já são aplicadas em menores de 18 anos. VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias da região no G1 Campinas
Pasta federal emitiu nota técnica na qual volta atrás e passa a só recomendar a imunização contra Covid para este público no caso de pessoas com doenças permanentes. Governo estadual diz que não fará alterações no planejamento. Adolescente recebe primeira dose da vacina contra Covid-19 em Campinas Carlos Bassan/Prefeitura de Campinas A Prefeitura de Campinas (SP) informou, na manhã desta quinta-feira (16), que vai seguir a orientação do governo estadual e decidiu manter a vacinação contra Covid-19 de adolescentes de 12 a 17 anos. A medida contraria a nota técnica do Ministério da Saúde, na qual a pasta voltou atrás e passou a recomendar que a imunização para esta faixa etária seja feita apenas ao grupo que possui comorbidades e doenças permanentes, além dos que estão privados de liberdade. A medida do governo federal fez com que as cidades de Natal e Salvador, por exemplo, suspendessem a aplicação neste público. Em Campinas, o agendamento para vacinação de adolescentes está suspenso, mas reabrirá assim que o município receber mais doses. Em nota, o governo de São Paulo afirmou que não fará alterações no cronograma do Programa Estadual de Imunização. "Coibir a vacinação integral dos jovens de 12 a 17 anos é menosprezar o impacto da pandemia na vida deste público. Três a cada dez adolescentes que morreram com COVID-19 não tinham comorbidades em São Paulo. Este grupo responde ainda por 6,5% dos casos e, assim como os adultos, está em fase de retomada do cotidiano, com retorno às aulas e atividades socioculturais"", diz o texto. O Executivo estadual também lamentou a alteração e a considerou equivocada. "A vacinação nessa faixa etária já é realizada nos EUA, Chile, Canadá, Israel, França, Itália, dentre outras nações. A medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles., diz o texto da nota. Ministério x OMS O Ministério da Saúde chegou a ressaltar que os adolescentes sem comorbidades formariam o "último subgrupo elegível para vacinação e somente vigoraria a partir do dia 15 de setembro", mas, em uma das suas justificativas para deixar de prever o público amplo, a nota argumenta que a "Organização Mundial de Saúde não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades". Entretanto, a afirmação não corresponde ao posicionamento da entidade. A OMS afirma que "crianças e adolescentes são menos propensos a ter complicações por causa da doença", mas na sequência não traz indicação contrária: diz apenas que a vacinação ampla deste público é "menos urgente" do que vacinar outros grupos, como pessoas mais velhas, com comorbidades e trabalhadores da saúde. A pasta também afirmou que "maioria dos adolescentes sem comorbidades" não sofre de casos graves da doença. No entanto, o próprio Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que participa das decisões sobre os rumos do Plano Nacional de Imunizações, divulgou nota na quarta afirmando que a "vacinação de todos os adolescentes é segura e será necessária". No Brasil, o imunizante da Pfizer já tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicado nesta faixa etária; e, pelo mundo, outras vacinas já são aplicadas em menores de 18 anos. VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias da região no G1 Campinas