Dr. Jardel Peron levanta questionamentos durante audiência pública de prestação de contas em Ubá

Dr. Jardel Peron levanta questionamentos durante audiência pública de prestação de contas em Ubá

Na tarde desta terça-feira, 30 de setembro, a Câmara Municipal de Ubá sediou a audiência pública para apresentação das contas do 2º quadrimestre de 2025. A reunião, conduzida pelo vereador Lucas Rufino Zocoli (Mobiliza), presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Tomada de Contas, contou com a presença de secretários municipais e técnicos da administração. O momento mais marcante foi a participação do advogado Dr. Jardel Peron, que, representando a sociedade civil, levantou uma série de questionamentos aos gestores municipais.

Reconhecimento e primeiras perguntas

Antes de iniciar suas indagações, Dr. Jardel fez questão de registrar sua admiração pelos professores Caetano (secretário de Meio Ambiente). Em seguida, direcionou sua primeira pergunta ao contador da Câmara, Silvério, sobre as devoluções de recursos do Legislativo ao Executivo.

Silvério explicou que, em média, os valores não utilizados pelo Legislativo giram entre R$ 4 e R$ 5 milhões por ano — no ano anterior foram devolvidos R$ 5,2 milhões. Com o aumento do número de vereadores e assessores em 2025, a previsão para este ano se mantém nesse patamar, mas não deverá ultrapassá-lo.

Mobilidade Urbana em pauta

Outro ponto abordado foi o Plano de Mobilidade Urbana, contratado em 2019 por R$ 129 mil e concluído em 2023. Jardel questionou se havia metas e indicadores efetivos, especialmente voltados às periferias. O secretário Caetano respondeu que a pasta de Mobilidade foi transferida recentemente para o vice-prefeito, mas ressaltou que o plano existe e deve ser implementado com ajustes.

Copasa e contrato de saneamento

Um dos temas mais polêmicos da audiência foi a possibilidade de rescisão do contrato com a Copasa, assunto levantado pelo prefeito José Damato em declarações públicas. Jardel questionou a falta de estudos técnicos sobre o impacto financeiro de tal decisão. Caetano, secretário de Meio Ambiente, considerou temerário romper o contrato sem planejamento e afirmou que, em sua opinião técnica, a Copasa deve permanecer responsável pelo serviço.

Situação financeira e contenção de despesas

Peron também dirigiu perguntas ao controlador-geral do município, Marcelo Paiva, sobre contradições entre recomendações de contenção de gastos publicadas no site da Controladoria e declarações públicas de que o município estaria financeiramente saudável. Marcelo explicou que tais recomendações são preventivas e visam ajustes contratuais, sugerindo reduções de até 20% em contratos de consultoria e terceirização. Ele também comentou rumores sobre um possível empréstimo de R$ 55 milhões, esclarecendo que qualquer operação de crédito só poderia ser realizada com autorização legislativa e destinação para investimentos.

Planos municipais e indicadores

Outro ponto destacado foi a ausência de indicadores claros de cumprimento dos planos municipais (saúde, cultura, esporte, mobilidade, entre outros). Jardel elogiou a Secretaria de Saúde, afirmando que percebe avanços, mas cobrou maior transparência e clareza dos demais setores. Alguns secretários presentes responderam que já estão organizando audiências específicas para apresentar metas e resultados.

Limpeza urbana e contratos

Ao questionar o secretário de Planejamento, Antônio Geraldo, sobre o contrato da empresa SUMA, responsável pela limpeza urbana, Jardel ouviu que será necessário um novo estudo técnico para embasar uma futura licitação. Segundo Geraldo, a atual configuração contratual não atende à realidade do crescimento da cidade, sendo imprescindíveis ajustes para garantir eficiência.

Apelo final: foco nas minorias

Encerrando sua participação, Dr. Jardel fez um apelo emocionado para que o Executivo volte sua atenção às minorias e às famílias mais carentes, lembrando que “o salário de cada servidor e secretário é pago com o suor do povo simples, da dona Maria lá do alto do São Domingos”. Ele também criticou a falta de transparência em temas sensíveis, como o novo Código Tributário Municipal, classificado por ele como “uma vergonha para a cidade”.

Conclusão

A intervenção de Dr. Jardel Peron deu um tom crítico e cidadão à audiência pública, trazendo reflexões sobre gestão fiscal, mobilidade, saneamento, contratos públicos e, sobretudo, a necessidade de uma administração voltada à população mais vulnerável. Sua fala evidenciou a importância da participação popular em momentos de prestação de contas, reforçando o papel fiscalizador não apenas da Câmara, mas também da sociedade ubaense.

Veja a participação do Dr. Jardel Peron clicando no vídeo abaixo: